segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Plantados no chão - Assasinatos políticos no Brasil hoje



O livro me foi indicado pelo correio da revista Caros Amigos e no própio site(do livro) é pedido para divulga-lo. Todo o contéudo dessa postagem foi retirado do site do livro.

Fonte do livro digitalizado: http://www.conradeditora.com.br/hotsite/plantados/download.html

Fonte dos dados acerca do livro: http://www.conradeditora.com.br/plantadosnochao.html


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Às onze horas do dia 20 de novembro de 2004, dezessete homens armados entraram na fazenda Nova Alegria, no município de Felisburgo, Minas Gerais. Queriam "acertar a contas" com as 130 famílias do Movimento de Trabalhadores Sem-Terra (MST), que estavam há mais de dois anos no acampamento batizado de Terra Prometida. Os sem-terra denunciavam que parte da terra havia sido grilada, e pela lei deveria ser desapropriada. Adriano Chafik – dono da propriedade – e seus homens caminharam até o centro da ocupação e abriram fogo. Mataram cinco sem-terra e feriram quinze.

Três anos se passaram.

As 13 horas do dia 21 de outubro de 2007, quarenta homens armados entraram na fazenda da multinacional Syngenta Seeds, próxima ao Parque Nacional do Iguaçu, em Santa Tereza do Oeste, Paraná. Queriam “acertar as contas” com os líderes das setenta famílias da Via Campesina que montaram ali um acampamento batizado de Terra Livre. Os camponeses denunciavam os experimentos da Syngenta com sementes transgênicas de soja e milho, que feriam uma lei que proíbe tal prática próxima a reservas florestais. Os homens, contratados de uma empresa de segurança privada, entraram na fazenda já atirando. Executaram um líder sem-terra e feriram outros cinco.

O relato dos dois episódios assusta pela semelhança. Mas deveria chamar a atenção, também, pela diferença. São duas histórias distantes no espaço e no tempo, envolvendo atores diferentes e com motivações diferentes. No entanto, como numa novela bem ensaiada, o desenrolar dos acontecimentos é idêntico: as vítimas já haviam sido ameaçadas, as autoridades sabiam do perigo eminente, mas mesmo assim nada foi feito. O desfecho, também, provavelmente será o mesmo. Enquanto matavam mais um sem-terra no campo da Syngenta, Adriano Chafik, réu confesso do massacre de Felisburgo, continuava sem julgamento – e sem previsão para tal.

O livro Plantados no Chão é um grito de indignação contra essa novela. Publicado em junho de 2007, é uma compilação de mais de 180 casos de militantes assassinados nos últimos 4 anos – durante do governo Lula – por causa da sua convicção. É uma tentativa de entender esses assassinatos, buscar estabelecer que padrão eles seguem, por que eles acontecem e perguntar como continuam a ocorrer em um governo que foi eleito com o apoio desses mesmos movimentos sociais. Não são respostas fáceis, e por isso não pretendemos esgotar o assunto, mas iniciar um debate muito necessário.

Cada assassinato político não é a morte de um militante, é um pouco a morte da causa que ele defende. Os assassinatos políticos nos dias de hoje não servem para exterminar uma pessoa, mas para refrear a demanda de um grupo que é representado por essa pessoa. Ao permitir essa rotina de violência, nosso governo permite que a democracia brasileira continue sendo decidida a bala. Não é algo para se orgulhar.

Desde o lançamento, sempre quisemos que o livro fosse disponibilizado na internet para download gratuito. Queríamos desde o começo que o seu conteúdo tivesse mais alcance do que a forma (e o preço) de um livro pode alcançar. Queremos levar esse debate para os mais diferentes cantos possíveis. Por isso, como autora (juntamente com toda a equipe da Conrad) pedimos: baixe o livro, copie, imprima, leia, releia, critique. Afinal, parafraseando a jornalista britância Jan Rocha, autora do prefácio do livro, o assassinato político não é a morte de uma só pessoa; é um golpe contra a esperança – e contra o futuro da nossa democracia.

E o trabalho iniciado com Plantados no Chão não termina por aqui. Em breve estrearemos um blog neste site, onde manteremos os leitores atualizados não apenas em relação aos crimes relatados no livro, mas também abrindo espaço para novas denúncias.

Aproveite o livro e o site, e espalhe a idéia.


Natalia Viana

Nos links abaixo você pode ler mais sobre a repressão ao direito de exigir direitos no nosso país:

1. Documentos

Relatório World Report 2008, da Human Rights Watch. Em português: http://hrw.org/portuguese/docs/2008/01/31/brazil17926.htm

Relatório Direitos Humanos no Brasil 2007, da Rede Social de Justiça e Direitos Humanos. http://www.social.org.br/relatorio2007.pdf

Relatório Preliminar Confltios no Campo 2007, da Comissão Pastoral da Terra.
http://www.cptnac.com.br/?system=news&action=read&id=2108&eid=6

Relatório da enviada da ONU Hina Jilano sobre a situação dos Defensores de Direitros Humanos no Brasil. Em Inglês:
http://www2.ohchr.org/english/bodies/hrcouncil/docs/4session/A-HRC-4-37-Add.2.doc

Relatório Na Linha de Frente: Defensores de Direitos Humanos no Brasil (2002-2005), da organização Justiça Global: http://www.global.org.br/portuguese/relatoriodefensores2005.html

2. ONGs:

Comissão Pastoral da Terra - ligada à Igreja Católica, acompanha a violência causada por conflitos de terra no Brasil.
http://www.cptnac.com.br

Conselho Indigenista Missionário - também ligado à Igreja Católica, acompanha a violência contra indígenas.
http://www.cimi.org.br

Terra de Direitos - oferece auxílio jurídico aos movimentos que lutam pela terra.
http://www.terradedireitos.org.br

Gabinete de Assessoria Jurídica às Organizações Populares (Gajop) - dá apoio jurídico a movimentos populares
http://www.gajop.org.br/

Movimento Nacional de Direitos Humanos - Reúne diversos movimentos e organizações que trabalham com direitos humanos.
http://www.mndh.org.br

Fórum de entidades Nacionais de Direiros Humanos - traz notícias sobre direitos humanos.
http://www.direitos.org.br/

Conectas Direitos Humanos - acompanha todos os tipos de violações aos direitos humanos.
http://www.conectas.org

Anistia Internacional - organização com forte atuação no país que costuma emitir apelos pela defesa dos defensores de direitos no aís.
http://www.amnesty.org

Instituto Socio Ambiental - acompanha movimentos sociais que trabalham com temas ligados ao meio ambiente
http://www.socioambiental.org/home_html

Organização das Nações Unidas (ONU) - Seção Brasil
http://www.onu-brasil.org.br/

3. Movimentos sociais:

Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra
www.mst.org.br

Via Campesina www.viacampesina.org
Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB)
http://www.mabnacional.org.br/

Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA)
http://www.mpabrasil.org.br/

Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST)
http://www.mtst.info/

Movimento de Mulheres Camponesas (MMC)
http://www.mmcbrasil.com.br

4. Sites de Notícias

Repórter Brasil - site de jornalismo social com especial enfoque no trabalho scravo.
http://www.reporterbrasil.org.br

Carta Maior - agência de notícias que cobre amplamente os movimentos sociais
http://www.agenciacartamaior.org.br

Repórter Social - agência de notícias sobre temas sociais em geral
http://www.reportersocial.com.br/noticias.asp?id=1407

Correio da Cidadania - veículo independente que cobre temas sociais.
http://www.correiocidadania.com.br/

Brasil de Fato - jornal ligado ao movimento sem-terra http://www.brasildefato.com.br/v01/agencia

Caros Amigos - revista mensal de esquerda
www.carosamigos.com.br

Centro de Mídia Independente - seção brasileira do movimento internacional Indymedia.
http://www.midiaindependente.org/

Rede Direitos Humanos e Cultura (DHNET) - notícias sobre direitos humanos no Brasil e demais países lusófonos. http://www.dhnet.org.br/interagir/noticias/noticias.htm

Agência Chasque - agência de notícias sobre trabalhadores rurais e urbanos o Rio Grande do Sul
http://www.agenciachasque.com.br/

Blog do Sakamoto - o jornalista Leonardo Sakamoto traz notícias sobre desigualdade social, movimentos e combate ao trabalho escravo.
http://blogdosakamoto.blig.ig.com.br/

Confissões - Santo Agostinho

Fonte do livro digitalizado: Livro esoterico

Fonte do texto acerca do autor e do livro: Mundo dos filosofos

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Aurélio Agostinho destaca-se entre os Padres como Tomás de Aquino se destaca entre os Escolásticos. E como Tomás de Aquino se inspira na filosofia de Aristóteles, e será o maior vulto da filosofia metafísica cristã, Agostinho inspira-se em Platão, ou melhor, no neoplatonismo. Agostinho, pela profundidade do seu sentir e pelo seu gênio compreensivo, fundiu em si mesmo o caráter especulativo da patrística grega com o caráter prático da patrística latina, ainda que os problemas que fundamentalmente o preocupam sejam sempre os problemas práticos e morais: o mal, a liberdade, a graça, a predestinação.

Aurélio Agostinho nasceu em Tagasta, cidade da Numídia, de uma família burguesa, a 13 de novembro do ano 354. Seu pai, Patrício, era pagão, recebido o batismo pouco antes de morrer; sua mãe, Mônica, pelo contrário, era uma cristã fervorosa, e exercia sobre o filho uma notável influência religiosa. Indo para Cartago, a fim de aperfeiçoar seus estudos, começados na pátria, desviou-se moralmente. Caiu em uma profunda sensualidade, que, segundo ele, é uma das maiores conseqüências do pecado original; dominou-o longamente, moral e intelectualmente, fazendo com que aderisse ao maniqueísmo, que atribuía realidade substancial tanto ao bem como ao mal, julgando achar neste dualismo maniqueu a solução do problema do mal e, por conseqüência, uma justificação da sua vida. Tendo terminado os estudos, abriu uma escola em Cartago, donde partiu para Roma e, em seguida, para Milão. Afastou-se definitivamente do ensino em 386, aos trinta e dois anos, por razões de saúde e, mais ainda, por razões de ordem espiritual.

Entrementes - depois de maduro exame crítico - abandonara o maniqueísmo, abraçando a filosofia neoplatônica que lhe ensinou a espiritualidade de Deus e a negatividade do mal. Destarte chegara a uma concepção cristã da vida - no começo do ano 386. Entretanto a conversão moral demorou ainda, por razões de luxúria. Finalmente, como por uma fulguração do céu, sobreveio a conversão moral e absoluta, no mês de setembro do ano 386. Agostinho renuncia inteiramente ao mundo, à carreira, ao matrimônio; retira-se, durante alguns meses, para a solidão e o recolhimento, em companhia da mãe, do filho e dalguns discípulos, perto de Milão. Aí escreveu seus diálogos filosóficos, e, na Páscoa do ano 387, juntamente com o filho Adeodato e o amigo Alípio, recebeu o batismo em Milão das mãos de Santo Ambrósio, cuja doutrina e eloqüência muito contribuíram para a sua conversão. Tinha trinta e três anos de idade.

Depois da conversão, Agostinho abandona Milão, e, falecida a mãe em Óstia, volta para Tagasta. Aí vendeu todos os haveres e, distribuído o dinheiro entre os pobres, funda um mosteiro numa das suas propriedades alienadas. Ordenado padre em 391, e consagrado bispo em 395, governou a igreja de Hipona até à morte, que se deu durante o assédio da cidade pelos vândalos, a 28 de agosto do ano 430. Tinha setenta e cinco anos de idade.

Após a sua conversão, Agostinho dedicou-se inteiramente ao estudo da Sagrada Escritura, da teologia revelada, e à redação de suas obras, entre as quais têm lugar de destaque as filosóficas. As obras de Agostinho que apresentam interesse filosófico são, sobretudo, os diálogos filosóficos: Contra os acadêmicos, Da vida beata, Os solilóquios, Sobre a imortalidade da alma, Sobre a quantidade da alma, Sobre o mestre, Sobre a música . Interessam também à filosofia os escritos contra os maniqueus: Sobre os costumes, Do livre arbítrio, Sobre as duas almas, Da natureza do bem .

Dada, porém, a mentalidade agostiniana, em que a filosofia e a teologia andam juntas, compreende-se que interessam à filosofia também as obras teológicas e religiosas, especialmente: Da Verdadeira Religião, As Confissões, A Cidade de Deus, Da Trindade, Da Mentira.

O Pensamento: A Gnosiologia

Agostinho considera a filosofia praticamente, platonicamente, como solucionadora do problema da vida, ao qual só o cristianismo pode dar uma solução integral. Todo o seu interesse central está portanto, circunscrito aos problemas de Deus e da alma, visto serem os mais importantes e os mais imediatos para a solução integral do problema da vida.

O problema gnosiológico é profundamente sentido por Agostinho, que o resolve, superando o ceticismo acadêmico mediante o iluminismo platônico. Inicialmente, ele conquista uma certeza: a certeza da própria existência espiritual; daí tira uma verdade superior, imutável, condição e origem de toda verdade particular. Embora desvalorizando, platonicamente, o conhecimento sensível em relação ao conhecimento intelectual, admite Agostinho que os sentidos, como o intelecto, são fontes de conhecimento. E como para a visão sensível além do olho e da coisa, é necessária a luz física, do mesmo modo, para o conhecimento intelectual, seria necessária uma luz espiritual. Esta vem de Deus, é a Verdade de Deus, o Verbo de Deus, para o qual são transferidas as idéias platônicas. No Verbo de Deus existem as verdades eternas, as idéias, as espécies, os princípios formais das coisas, e são os modelos dos seres criados; e conhecemos as verdades eternas e as idéias das coisas reais por meio da luz intelectual a nós participada pelo Verbo de Deus. Como se vê, é a transformação do inatismo, da reminiscência platônica, em sentido teísta e cristão. Permanece, porém, a característica fundamental, que distingue a gnosiologia platônica da aristotélica e tomista, pois, segundo a gnosiologia platônica-agostiniana, não bastam, para que se realize o conhecimento intelectual humano, as forças naturais do espírito, mas é mister uma particular e direta iluminação de Deus.

A Metafísica

Em relação com esta gnosiologia, e dependente dela, a existência de Deus é provada, fundamentalmente, a priori , enquanto no espírito humano haveria uma presença particular de Deus. Ao lado desta prova a priori , não nega Agostinho as provas a posteriori da existência de Deus, em especial a que se afirma sobre a mudança e a imperfeição de todas as coisas. Quanto à natureza de Deus, Agostinho possui uma noção exata, ortodoxa, cristã: Deus é poder racional infinito, eterno, imutável, simples, espírito, pessoa, consciência, o que era excluído pelo platonismo. Deus é ainda ser, saber, amor. Quanto, enfim, às relações com o mundo, Deus é concebido exatamente como livre criador. No pensamento clássico grego, tínhamos um dualismo metafísico; no pensamento cristão - agostiniano - temos ainda um dualismo, porém moral, pelo pecado dos espíritos livres, insurgidos orgulhosamente contra Deus e, portanto, preferindo o mundo a Deus. No cristianismo, o mal é, metafisicamente, negação, privação; moralmente, porém, tem uma realidade na vontade má, aberrante de Deus. O problema que Agostinho tratou, em especial, é o das relações entre Deus e o tempo. Deus não é no tempo, o qual é uma criatura de Deus: o tempo começa com a criação. Antes da criação não há tempo, dependendo o tempo da existência de coisas que vem-a-ser e são, portanto, criadas.

Também a psicologia agostiniana harmonizou-se com o seu platonismo cristão. Por certo, o corpo não é mau por natureza, porquanto a matéria não pode ser essencialmente má, sendo criada por Deus, que fez boas todas as coisas. Mas a união do corpo com a alma é, de certo modo, extrínseca, acidental: alma e corpo não formam aquela unidade metafísica, substancial, como na concepção aristotélico-tomista, em virtude da doutrina da forma e da matéria. A alma nasce com o indivíduo humano e, absolutamente, é uma específica criatura divina, como todas as demais. Entretanto, Agostinho fica indeciso entre o criacionismo e o traducionismo, isto é, se a alma é criada diretamente por Deus, ou provém da alma dos pais. Certo é que a alma é imortal, pela sua simplicidade. Agostinho, pois, distingue, platonicamente, a alma em vegetativa, sensitiva e intelectiva, mas afirma que elas são fundidas em uma substância humana. A inteligência é divina em intelecto intuitivo e razão discursiva; e é atribuída a primazia à vontade. No homem a vontade é amor, no animal é instinto, nos seres inferiores cego apetite.

Quanto à cosmologia, pouco temos a dizer. Como já mais acima se salientou, a natureza não entra nos interesses filosóficos de Agostinho, preso pelos problemas éticos, religiosos, Deus e a alma. Mencionaremos a sua famosa doutrina dos germes específicos dos seres - rationes seminales . Deus, a princípio, criou alguns seres já completamente realizados; de outros criou as causas que, mais tarde, desenvolvendo-se, deram origem às existências dos seres específicos. Esta concepção nada tem que ver com o moderno evolucionismo , como alguns erroneamente pensaram, porquanto Agostinho admite a imutabilidade das espécies, negada pelo moderno evolucionismo.

A Moral

Evidentemente, a moral agostiniana é teísta e cristã e, logo, transcendente e ascética. Nota característica da sua moral é o voluntarismo, a saber, a primazia do prático, da ação - própria do pensamento latino - , contrariamente ao primado do teorético, do conhecimento - próprio do pensamento grego. A vontade não é determinada pelo intelecto, mas precede-o. Não obstante, Agostinho tem também atitudes teoréticas como, por exemplo, quando afirma que Deus, fim último das criaturas, é possuído por um ato de inteligência. A virtude não é uma ordem de razão, hábito conforme à razão, como dizia Aristóteles, mas uma ordem do amor.

Entretanto a vontade é livre, e pode querer o mal, pois é um ser limitado, podendo agir desordenadamente, imoralmente, contra a vontade de Deus. E deve-se considerar não causa eficiente, mas deficiente da sua ação viciosa, porquanto o mal não tem realidade metafísica. O pecado, pois, tem em si mesmo imanente a pena da sua desordem, porquanto a criatura, não podendo lesar a Deus, prejudica a si mesma, determinando a dilaceração da sua natureza. A fórmula agostiniana em torno da liberdade em Adão - antes do pecado original - é: poder não pecar ; depois do pecado original é: não poder não pecar ; nos bem-aventurados será: não poder pecar . A vontade humana, portanto, já é impotente sem a graça. O problema da graça - que tanto preocupa Agostinho - tem, além de um interesse teológico, também um interesse filosófico, porquanto se trata de conciliar a causalidade absoluta de Deus com o livre arbítrio do homem. Como é sabido, Agostinho, para salvar o primeiro elemento, tende a descurar o segundo.

Quanto à família , Agostinho, como Paulo apóstolo, considera o celibato superior ao matrimônio; se o mundo terminasse por causa do celibato, ele alegrar-se-ia, como da passagem do tempo para a eternidade. Quanto à política , ele tem uma concepção negativa da função estatal; se não houvesse pecado e os homens fossem todos justos, o Estado seria inútil. Consoante Agostinho, a propriedade seria de direito positivo, e não natural. Nem a escravidão é de direito natural, mas conseqüência do pecado original, que perturbou a natureza humana, individual e social. Ela não pode ser superada naturalmente, racionalmente, porquanto a natureza humana já é corrompida; pode ser superada sobrenaturalmente, asceticamente, mediante a conformação cristã de quem é escravo e a caridade de quem é amo.

O Mal

Agostinho foi profundamente impressionado pelo problema do mal - de que dá uma vasta e viva fenomenologia. Foi também longamente desviado pela solução dualista dos maniqueus, que lhe impediu o conhecimento do justo conceito de Deus e da possibilidade da vida moral. A solução deste problema por ele achada foi a sua libertação e a sua grande descoberta filosófico-teológica, e marca uma diferença fundamental entre o pensamento grego e o pensamento cristão. Antes de tudo, nega a realidade metafísica do mal. O mal não é ser, mas privação de ser, como a obscuridade é ausência de luz. Tal privação é imprescindível em todo ser que não seja Deus, enquanto criado, limitado. Destarte é explicado o assim chamado mal metafísico , que não é verdadeiro mal, porquanto não tira aos seres o lhes é devido por natureza. Quanto ao mal físico , que atinge também a perfeição natural dos seres, Agostinho procura justificá-lo mediante um velho argumento, digamos assim, estético: o contraste dos seres contribuiria para a harmonia do conjunto. Mas é esta a parte menos afortunada da doutrina agostiniana do mal.

Quanto ao mal moral, finalmente existe realmente a má vontade que livremente faz o mal; ela, porém, não é causa eficiente, mas deficiente, sendo o mal não-ser. Este não-ser pode unicamente provir do homem, livre e limitado, e não de Deus, que é puro ser e produz unicamente o ser. O mal moral entrou no mundo humano pelo pecado original e atual; por isso, a humanidade foi punida com o sofrimento, físico e moral, além de o ter sido com a perda dos dons gratuitos de Deus. Como se vê, o mal físico tem, deste modo, uma outra explicação mais profunda. Remediou este mal moral a redenção de Cristo, Homem-Deus, que restituiu à humanidade os dons sobrenaturais e a possibilidade do bem moral; mas deixou permanecer o sofrimento, conseqüência do pecado, como meio de purificação e expiação. E a explicação última de tudo isso - do mal moral e de suas conseqüências - estaria no fato de que é mais glorioso para Deus tirar o bem do mal, do que não permitir o mal. Resumindo a doutrina agostiniana a respeito do mal, diremos: o mal é, fundamentalmente, privação de bem (de ser); este bem pode ser não devido (mal metafísico) ou devido (mal físico e moral) a uma determinada natureza; se o bem é devido nasce o verdadeiro problema do mal; a solução deste problema é estética para o mal físico, moral (pecado original e Redenção) para o mal moral (e físico).

A História

Como é notório, Agostinho trata do problema da história na Cidade de Deus , e resolve-o ainda com os conceitos de criação, de pecado original e de Redenção. A Cidade de Deus representa, talvez, o maior monumento da antigüidade cristã e, certamente, a obra prima de Agostinho. Nesta obra é contida a metafísica original do cristianismo, que é uma visão orgânica e inteligível da história humana. O conceito de criação é indispensável para o conceito de providência, que é o governo divino do mundo; este conceito de providência é, por sua vez, necessário, a fim de que a história seja suscetível de racionalidade. O conceito de providência era impossível no pensamento clássico, por causa do basilar dualismo metafísico. Entretanto, para entender realmente, plenamente, o plano da história, é mister a Redenção, graças aos quais é explicado o enigma da existência do mal no mundo e a sua função. Cristo tornara-se o centro sobrenatural da história: o seu reino, a cidade de Deus , é representada pelo povo de Israel antes da sua vinda sobre a terra, e pela Igreja depois de seu advento. Contra este cidade se ergue a cidade terrena , mundana, satânica, que será absolutamente separada e eternamente punida nos fins dos tempos.

Agostinho distingue em três grandes seções a história antes de Cristo. A primeira concerne à história das duas cidades , após o pecado original, até que ficaram confundidas em um único caos humano, e chega até a Abraão, época em que começou a separação. Na Segunda descreve Agostinho a história da cidade de Deus , recolhida e configurada em Israel, de Abraão até Cristo. A terceira retoma, em separado, a narrativa do ponto em que começa a história da Cidade de Deus separada, isto é, desde Abraão, para tratar paralela e separadamente da Cidade do mundo, que culmina no império romano. Esta história, pois, fragmentária e dividida, onde parece que Satanás e o mal têm o seu reino, representa, no fundo, uma unidade e um progresso. É o progresso para Cristo, sempre mais claramente, conscientemente e divinamente esperado e profetizado em Israel; e profetizado também, a seu modo, pelos povos pagãos, que, consciente ou inconscientemente, lhe preparavam diretamente o caminho. Depois de Cristo cessa a divisão política entre as duas cidades ; elas se confundem como nos primeiros tempos da humanidade, com a diferença, porém, de que já não é mais união caótica, mas configurada na unidade da Igreja. Esta não é limitada por nenhuma divisão política, mas supera todas as sociedades políticas na universal unidade dos homens e na unidade dos homens com Deus. A Igreja, pois, é acessível, invisivelmente, também às almas de boa vontade que, exteriormente, dela não podem participar. A Igreja transcende, ainda, os confins do mundo terreno, além do qual está a pátria verdadeira. Entretanto, visto que todos, predestinados e ímpios, se encontram empiricamente confundidos na Igreja - ainda que só na unidade dialética das duas cidades , para o triunfo da Cidade de Deus - a divisão definitiva, eterna, absoluta, justíssima, realizar-se-á nos fins dos tempos, depois da morte, depois do juízo universal, no paraíso e no inferno. É uma grande visão unitária da história, não é uma visão filosófica, mas teológica: é uma teologia, não uma filosofia da história.

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Elogio da Loucura - Erasmo de Rotterdam


Fonte do livro digitalizado: Desconhecida
Fonte do texto acerca do autor e do livro: http://www.consciencia.org/erasmo.shtml

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Erasmo-(1467-1536) ficou conhecido como Erasmo de Rotterdam, mas seu nome era Desidério Erasmo e ele foi um pregador do evangelismo filosófico. Nasceu na cidade de Rotterdam, na Holanda. Em 1488 ingressou na ordem dos agostinianos e virou padre, depois aceitou o cargo de secretário do bispo de Combai, na França. Em Paris estuda teologia. Escreve Colóquios e Antibárbaros, que é considerada uma obra escolástica, crítica da exaltação dos valores da Antiguidade clássica. Viaja pela primeira vez para a Inglaterra em 1499, onde toma contato com o movimento humanista e conhece aquele que seria seu grande amigo, Thomas More. Traduz o Novo Testamento. Mantém vasta correspondência. Denuncia a vida na igreja como distante da fé. Fala que os cristãos devem seguir os ensinamento simples de Cristo, sendo que a estrutura da igreja e da vida monástica haviam se tornado distantes do amor de Deus, de Sua benevolência e da prática evangélica que Erasmo defende na Filosofia Christi. Os homens renascentistas dedicaram-se à várias atividades. Eles começaram a contar a nova realidade. Cervantes, no célebre livro Dom Quixote de la Mancha conta-nos a história de um louco, apegado à valores que já não existiam como a dignidade, decência e nobreza de caráter do cavaleiro medieval. Erasmo de Rotterdam escreve um livro, Elogio da Loucura,(dedicado a Thomas More) onde apresenta a loucura como uma deusa que conduz as ações humanas. Identifica a loucura em costumes e atos como o casamento e a guerra. Diz que é ela que forma as cidades, mantém os governos, a religião e a justiça. Ele critica muitas atividades humanas, identificando nelas mediocridade e hipocrisia. Vejamos o que ele diz sobre:

a)a Loucura- a Loucura fala em primeira pessoa no livro, defendendo sua imagem e ponto de vista.
b)as crianças- a alegria da infância a torna a idade mais agradável, porque a natureza dá às crianças um ar de loucura.
c)o casamento- se as mulheres pensassem sobre o assunto veriam que não é vantajoso. Dores no parto, filhos, dever conjugal. Só a loucura para fazerem agir dessa maneira, assim a Loucura é a origem da vida. A única preocupação das mulheres é se tornar mais agradável para os homens. É essa a razão de tantos perfumes, banhos e enfeites. Só a loucura constitui o ascendente das mulheres sobre os homens.
d)os filósofos - gabam-se de serem os únicos sábios, mas se tirar-mos o véu de orgulho e presunção veremos que não passam de ridículos loucos. A natureza parece zombar de suas conjeturas, e é risível sua teoria de infinidade dos mundos. Falam de astronomia como se conhecessem os astros palmo a palmo. Na verdade, eles não tem nenhuma idéia segura.

Mas a crítica maior de Erasmo é para a Igreja. Ele era cristão, mas foia contra a hierarquia dessa instituição (Igreja), que declara guerras, faz cerimônias e rituais em demasia, e discutem eternamente o mistério divino, sendo que o mandamento de Cristo é apenas a prática da caridade. Defende um retorno à simplicidade do início da Igreja. Lutero estava juntando adeptos em suas pregações e convidou Erasmo, mas este permaneceu na Igreja católica, apontando defeitos. Mais tarde polemizou contra Lutero a favor do livre-arbítrio, que o protestante não acreditava. Erasmo é considerado o principal pensador do humanismo. Critica os teólogos, pois esse condenam, por poucos motivos, muitas pessoas como hereges. Os bispos vivem alegremente, entregam-se à diversão material e esquecem que o seu nome significa zelo e solicitude pela redenção da alma, mas não esquecem das honrarias e o dinheiro. Os monges, para Erasmo, não fazem nada, mas não dispensam o vinho e a mulheres. O papa não tem a salvação que Cristo fala, pois se tivessem abria mão de seu patrimônio e dos impostos. Erasmo critica o imposto que a igreja cobra para não condenar as almas após a morte. E os papas aprovam a guerra, que é cruel e desumana.

Para Erasmo, milagres e supertições como o inferno, duendes e fantasmas são coisas de ignorantes. Ele tem opiniões também sobre política. No livro A instiuição do Príncipe cristão fala da teoria da soberania, o poder do princípe é legitimado pela dedicação ao bem comum e pela aceitação dos cidadãos. É a favor da eleição do chefe, contrário ao monarquismo hereditário. O objetivo de Erasmo é regenerar a Europa, pondo o ideal evangélico contra as guerras. Para se chegar à paz, tem que se desarmar os países, tirar dos princípes o direito de declarar guerra e mobilizar a força nacional em favor da paz.

Discutindo Filosofia 4



Finalmente a quarta edição de Discutindo Filosofia, sei que demorei um pouco para liberá-la, mas o tempo está curto e preferi dar uma atenção maior aos especiais sobre a Ditadura , que é quinzenal ao contrario da Discutindo que é bimestral, além disso o texto é mais denso, sem ser chato ou hermético diga-se, e para quem quiser se aprofundar exige uma leitura de livros,nem sempre pequenos, e que tentarei disponibilizá-los também sempre que possível. Vale ressaltar aqui que a digitalização dos livros não é feia por mim, são encontrados nos mais diversos sites. Chega de “enrrolação” e boa leitura a todos.

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Editorial:

Chegamos ao quarto número. Gradativamente, a revista tem crescido. Isso demonstra que a Filosofia tem um lugar especial em nossa sociedade. Não são só especialistas que se interessam por ela. Um novo espaço começa a ser descoberto. As con­tribuições deste projeto tem sido muito estimadas por todos aqueles que estão diretamente envolvidos com o ensino de Filosofia e por aqueles que sempre buscaram um canal de comunicação mais flexível com ela. Aqui, professores e estudantes de Filosofia coabitam.

Neste número inauguramos uma nova seção - Espaço do Leitor -, pois é necessário ampliar o diálogo entre os leitores e a redação de Discutindo Filosofia.

Nesta edição trazemos textos que versam sobre Ciência, Arte, Literatura e Ética. Na Ciência vamos das leis de Kepler, passando pela Lógica, à questão da falseabilidade das teorias científicas de Popper. Na Arte discutimos, à luz de Schopenhauer, nossa relação com a música, ancorando-nos num panorama sobre a história da Estética, para então discutirmos a estreita relação existente entre a Literatura e a Filosofia.

Mas nosso tema principal é a Ética. Muito se fala sobre Política e sempre se evoca a Ética como algo imprescindível à vida social. É no rastro dessas questões que trazemos um belo material que nos põe em contato com um dos filósofos contemporâneos mais comentados da atualidade -Emmanuel Lévinas. Neste ano comemora-se o centenário de seu nascimento e com essa festividade vem à tona sua filosofia sobre o homem.

Desejamos partilhar com o leitor reflexões sobre o homem, mais particularmente sobre o homem e suas relações. Neste sentido o conceito de cuidado de Heidegger e o alerta de Plutarco sobre a presença do bajulador nos levam a problematizar os significados que atribuímos ao que nos cerca. Assim, nunca é demais pensar sobre os sentimentos que eventos que mobilizam as massas, como a Copa do Mundo, podem nos suscitar e como nos situamos diante deles.

Boa leitura!

Um abraço, Marta Vitória de Alencar

Profa de Filosofia da Escola de Aplicação-FEUSP filosofla@escalaeducacional.com.br

Resumo:

  • Religião: Santo Agostinho e o caminho para a felicidade
  • Filosofia e Cotidiano: Especulações no palco
  • Filosofia da Ciência: Eliminando o erro
  • Um Filósofo, Uma Idéia: Heidegger e o cuidado
  • Tendência: Quando cresce o orgulho nacional
  • Moral: Reconheça o verdadeiro amigo
  • Capa: Emmanuel Lévinas: Ética e Alteridade
  • Lógica: Os caminhos do Raciocínio
  • Café Filosófico: Olhos nos Olhos da Morte
  • Astronomia: Um descobridor chamado Kepler
  • O que é Estética: A beleza e seus sentidos
  • Trocando em Miúdos: A arte pode curar
  • Literatura e Filosofia: A intenção de provocar
  • Na sala de aula: Encontros Filosóficos

"Os filosófos trazem novos conceitos, expõem novos conceitos, mas não dizem ou não dizcm completamcntc. os problcmas aos quais essoes conceitos correspondem. Por exemplo, Hume expõe um conceito original de crença, mas não diz por que e como o problema do conhecimento se coloca de forma que o conhecimento seja um modo determinável de crença... A F ilosofia consiste sempre em inventar conceitos... Hoje a informática, a comunicação, a produção comercial é que se apropriam das palavras conceitos e criativos. esses conceituadores constituem uma raça arrogante que exprime o ato de vender como supremo pensamento capitalista, o cogito da mercadoria. A Filosofia sente-se pequena e solitária diante de tais potências, mas. caso lhe aconteça morrer, pelo menos será de rir."

Deleuze, filósofo francês (1925-1995)
em Signos e Acontecimentos

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

A ditadura militar no Brasil - 3 - Jango, Ascensâo e Queda



Esse terceiro volume da série sobre a ditadura no Brasil trata sobre a era Jango, sua ascensão e queda e como se deu o movimento de criação da base de sustentação civil da ditadura.

Fonte: Extraído da “Coleções Caros Amigos – A ditadura militar no Brasil – A historia em cima dos fatos” fascículo 3
Digitalizado por: Compartilhando e criando informação

Links:
Fascículo em formato pdf
Fascículo em formato cbr(imagens compactadas)
Diretório onde se encontram os fascículos

Introdução:

Parlamentarismo á brasileira

Solução de compromisso ou golpe branco?

Vimos nos dois primeiros fascículos como a renúncia do presidente Jânio Quadros, em 25 de agosto de 1961, abriu grave crise institucional. Normalmente, bastava obedecer à Constituição, o vice tomaria posse, e o país iria em frente. Mas não havia condições “normais”.

O vice João Goulart, o Jango, não agradava aos direitistas civis “raivosos”. Menos ainda aos militares cevados no anticomunismo, no contexto da Guerra Fria insuflada pelos americanos para opor o capitalismo ao socialismo. Jango lhes parecia “perigoso” - herdeiro de Vargas, acenava com “reformas”, ascensão das classes trabalhadoras, não tinha preconceito contra esquerdistas em geral.

Já o tinham alijado do governo em 1954, quando ministro do Trabalho de Getúlio, propôs aumento de 100% no salário mínimo, em 1955, tentaram impor à nação, nas eleições presidenciais de outubro, um candidato único civil e “apoiado pelas Forças Armadas” – para evitar que Jango formasse com JK a chapa que, como temiam, sairia vencedora; eleitos os dois, tentaram impedir a posse.

Agora, com a renúncia de Jânio, queriam até impedir a volta de Jango ao Brasil – estava na China em visita oficial.

Para evitar o conflito, o conciliador Jango aceitou a “solução de compromisso” que implantou o parlamentarismo no país, pela emenda constitucional n° 4; ela revia um plebiscito para o início de 1965, nove meses antes do fim de seu governo o povo decidiria se o parlamentarismo ficava ou voltaria o presidencialismo.

A manobra, espécie de “golpe branco”, desagradou aliados de Jango. Mas ele trabalharia pela volta do presidencialismo. Queria governar e não apenas reinar – “ser a rainha da Inglaterra”, como se dizia.

Resumo:

  • A herança de JK: dívidas, inflação
  • Congresso conservador, gabinete conservador
  • Brizola, pedrinha no sapato americano
  • Jango pronuncia as palavras mais temidas
  • A greve vitoriosa pelo 13° salário
  • O sistema de gabinete vai por água abaixo
  • Democracia para o reacionário é desordem
  • Xô, parlamentarismo!
  • Pensando em 1956, até a direita votou “não”
  • Enfim, Jango à frente do poder executivo
  • Ouro por ferro velho
  • A forca do operário é a fraqueza do plano
  • Pela vontade daquele Congresso, jamais haveria reformas
  • Inimigos agem à solta e os aliados nada podem fazer
  • O projeto Reformas e Base ruiu porque não chegou ao povo
  • A peca que aterrorizou Castelo Branco
  • Palavras ameaçadora para os generais
  • O que eles disseram na introdução do livro, publicado em 2006 pela L&M Editores
  • Três figuras:
  • Brizola - O Engenheiro
  • Lacerda – Corvo conspirador
  • Jango – Estancieiro esclarecido
  • Até dom Paulo, defensor dos direitos humanos, saudou o golpe
  • Chega o padre da CIA
  • A reviravolta diante da violência
  • Uma visita de cortesia armada até os dentes
  • “Cabe ação imediata”
  • “A coisa mais importante que aconteceu no hemisfério”
  • Brasil adota conceito da Guerra Fria
  • A “bestinha” nocauteia o “turco”
  • As armas, onde estavam as armas?
  • ”64 foi isso pra mim”
  • Conspiração escrita, falada e televisionada
  • “O país estará em frangalhos”
  • Jornalistas se arrependeram do apoio, patrões se ajeitaram
  • O que queria os homens da foice-martelo?
  • Os últimos a resistir