domingo, 15 de junho de 2008

Discutindo Filosofia 1




Algum tempo atrás havia dito que tentaria encontrar a primeira e segunda edição da Discutindo Filosofia, rodei bancas e bancas e nada de encontrar, mas ei que voltando do almoço dou de cara com elas numa banca que até então só tinha parado para comprar bolachas, estavam um pouco amassadas, mas tudo bem, o conteúdo estava intacto. Falando em edições perdidas a Caros Amigos anunciou que esse mês colocará novamente na banca a primeira edição do especial sobre a ditadura militar no Brasil, então em breve poderei cumprir a outra parte da promessa.
Aconselho a vocês prestarem atenção especial ao texto sobre o Laboratório de Estudos da Intolerância (LEI), e ao lerem o texto sobre a democracia grega lembrarem que a cidadania não abarcava a todos, eram todos iguais, mas uns mais iguais que os outros ...

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Editorial:

O QUE SOMOS? O que são as coisas a nossa volta? Pode¬mos acreditar nelas? O que é a vida e a morte? Como ser feliz? Existe a verdade? O que é certo, o que é errado? Perguntas co¬mo essas acompanham a humanidade desde seus primórdios e tão cedo não a abandonarão. Todo mundo já se fez, algum dia, interrogações desse tipo, para as quais as respostas nunca são simples. Mas então por que nos fazemos essas perguntas? Também é difícil saber.

Seja como for, deve ter sido dessa natureza questionadora dos homens que a Filosofia nasceu. Questionamento que é ainda hoje sua marca mais forte. Para a Filosofia, as indagações são bem mais importantes que as respostas. Ela é, priori¬tariamente, uma pergunta.
É esse o espírito que buscamos para esta revista: menos dar respostas que suscitar perguntas sobre nós mesmos e o mundo que nos cerca. Por isso nossa capa é dedicada a um dos maiores filósofos do último século, Jean-Paul Sartre, entre os que mais se dedicaram a refletir sobre a condição do ho¬mem no mundo. E que tal um percurso pelos momentos fun¬dadores da ética, uma disciplina cuja importância não pára de crescer nos dias que correm? Além disso, vale a pena saber o que um filósofo clássico, Leibniz, pensava acerca de nossa res¬ponsabilidade sobre nossos atos.

E como ficam essa responsabilidade e nossa liberdade depois que Freud descobriu um outro em nós mesmos, o in¬consciente? Você também encontrará interrogações sobre o ensino de Filosofia na entrevista com o professor Celso Fava-retto. Conhecerá os trabalhos do Laboratório de Estudos da Intolerância, e muito mais. Claro, não poderia faltar aquela que é a pergunta mais comumaujmdp se fala em Filosofia: afinal, para que ela serve?
É isso e muito mais que você, leitor, descobrirá neste primeiro número da revista. Esperamos que você leia, sugira, es¬creva. Mas, sobretudo, desejamos que tudo o que está publi¬cado lhe sirva de inspiração para novas indagações e questio-namentos. Ou seja, para a vivência da Filosofia.

Homero Santiago
Coordenador-geral
Professor de Filosofia na Universidade de São Paulo

Resumo:

  • Um filósofo, uma idéia: Descartes e a verdade do cógito
  • Para que serve a filosofia: A resposta pode surpreender ...
  • Café Filosófico: Existe a verdade absoluta
  • O preço de ser livre: Para Leibniz, é a responsabilidade
  • O que é: O ateísmo e seus fundamentos
  • Ética e política: Uma combinação impossível?
  • Entrevista: Celso Favaretto fala da volta das aulas de Filosofia
  • Lógica: O diagra de Venn ajuda a raciocinar
  • Capa: 100 anos de SARTRE, o pensador do existencialismo ateu
  • Filosofia e cotidiano: O desejo na era do consumo
  • Estética de Hegel: Arte, sensibilidade e razão
  • Ágora Grega: A praça pública como palco da cidadania
  • Do avanço do saber: O papel do conhecimento em nossa sociedade
  • Inconsiente freudiano: O homem visto por inteiro
  • Laboratório da Intolerância: O trabalho do núcleo interdisciplinar da USP
  • Na sala de aula: Uma discussão sobre a cultura de massa
  • Pensar é preciso: Lênin e o sonho


"O desacordo entre o sonho e a realidade nada tem de nocivo se, cada vez que sonha, o ser humano acredita seriamente em seu sonho, se observa atentamente a vida, compara suas observações com seus castelos no ar e, de uma forma geral, trabalha conscientemente para a realização de seu sonho. Quando existe contato entre o sonho e a vida, então tudo vai bem."

Vladimir Lênin (1870-1924), revolucionário vitorioso, político e filósofo russo,
em Que Fazer? -As Questões Palpitantes de Nosso Movimento