O livro me foi indicado pelo correio da revista Caros Amigos e no própio site(do livro) é pedido para divulga-lo. Todo o contéudo dessa postagem foi retirado do site do livro.
Fonte do livro digitalizado: http://www.conradeditora.com.br/hotsite/plantados/download.html
Fonte dos dados acerca do livro: http://www.conradeditora.com.br/plantadosnochao.html
Links:
Diretorio onde se encontra o livro
Às onze horas do dia 20 de novembro de 2004, dezessete homens armados entraram na fazenda Nova Alegria, no município de Felisburgo, Minas Gerais. Queriam "acertar a contas" com as 130 famílias do Movimento de Trabalhadores Sem-Terra (MST), que estavam há mais de dois anos no acampamento batizado de Terra Prometida. Os sem-terra denunciavam que parte da terra havia sido grilada, e pela lei deveria ser desapropriada. Adriano Chafik – dono da propriedade – e seus homens caminharam até o centro da ocupação e abriram fogo. Mataram cinco sem-terra e feriram quinze.
Três anos se passaram.
As 13 horas do dia 21 de outubro de 2007, quarenta homens armados entraram na fazenda da multinacional Syngenta Seeds, próxima ao Parque Nacional do Iguaçu, em Santa Tereza do Oeste, Paraná. Queriam “acertar as contas” com os líderes das setenta famílias da Via Campesina que montaram ali um acampamento batizado de Terra Livre. Os camponeses denunciavam os experimentos da Syngenta com sementes transgênicas de soja e milho, que feriam uma lei que proíbe tal prática próxima a reservas florestais. Os homens, contratados de uma empresa de segurança privada, entraram na fazenda já atirando. Executaram um líder sem-terra e feriram outros cinco.
O relato dos dois episódios assusta pela semelhança. Mas deveria chamar a atenção, também, pela diferença. São duas histórias distantes no espaço e no tempo, envolvendo atores diferentes e com motivações diferentes. No entanto, como numa novela bem ensaiada, o desenrolar dos acontecimentos é idêntico: as vítimas já haviam sido ameaçadas, as autoridades sabiam do perigo eminente, mas mesmo assim nada foi feito. O desfecho, também, provavelmente será o mesmo. Enquanto matavam mais um sem-terra no campo da Syngenta, Adriano Chafik, réu confesso do massacre de Felisburgo, continuava sem julgamento – e sem previsão para tal.
O livro Plantados no Chão é um grito de indignação contra essa novela. Publicado em junho de 2007, é uma compilação de mais de 180 casos de militantes assassinados nos últimos 4 anos – durante do governo Lula – por causa da sua convicção. É uma tentativa de entender esses assassinatos, buscar estabelecer que padrão eles seguem, por que eles acontecem e perguntar como continuam a ocorrer em um governo que foi eleito com o apoio desses mesmos movimentos sociais. Não são respostas fáceis, e por isso não pretendemos esgotar o assunto, mas iniciar um debate muito necessário.
Cada assassinato político não é a morte de um militante, é um pouco a morte da causa que ele defende. Os assassinatos políticos nos dias de hoje não servem para exterminar uma pessoa, mas para refrear a demanda de um grupo que é representado por essa pessoa. Ao permitir essa rotina de violência, nosso governo permite que a democracia brasileira continue sendo decidida a bala. Não é algo para se orgulhar.
Desde o lançamento, sempre quisemos que o livro fosse disponibilizado na internet para download gratuito. Queríamos desde o começo que o seu conteúdo tivesse mais alcance do que a forma (e o preço) de um livro pode alcançar. Queremos levar esse debate para os mais diferentes cantos possíveis. Por isso, como autora (juntamente com toda a equipe da Conrad) pedimos: baixe o livro, copie, imprima, leia, releia, critique. Afinal, parafraseando a jornalista britância Jan Rocha, autora do prefácio do livro, o assassinato político não é a morte de uma só pessoa; é um golpe contra a esperança – e contra o futuro da nossa democracia.
E o trabalho iniciado com Plantados no Chão não termina por aqui. Em breve estrearemos um blog neste site, onde manteremos os leitores atualizados não apenas em relação aos crimes relatados no livro, mas também abrindo espaço para novas denúncias.
Aproveite o livro e o site, e espalhe a idéia.
Natalia Viana
Nos links abaixo você pode ler mais sobre a repressão ao direito de exigir direitos no nosso país:
1. Documentos
Relatório World Report 2008, da Human Rights Watch. Em português: http://hrw.org/portuguese/docs/2008/01/31/brazil17926.htm
Relatório Direitos Humanos no Brasil 2007, da Rede Social de Justiça e Direitos Humanos. http://www.social.org.br/relatorio2007.pdf
Relatório Preliminar Confltios no Campo 2007, da Comissão Pastoral da Terra.
http://www.cptnac.com.br/?system=news&action=read&id=2108&eid=6
Relatório da enviada da ONU Hina Jilano sobre a situação dos Defensores de Direitros Humanos no Brasil. Em Inglês:
http://www2.ohchr.org/english/bodies/hrcouncil/docs/4session/A-HRC-4-37-Add.2.doc
Relatório Na Linha de Frente: Defensores de Direitos Humanos no Brasil (2002-2005), da organização Justiça Global: http://www.global.org.br/portuguese/relatoriodefensores2005.html
2. ONGs:
Comissão Pastoral da Terra - ligada à Igreja Católica, acompanha a violência causada por conflitos de terra no Brasil.
http://www.cptnac.com.br
Conselho Indigenista Missionário - também ligado à Igreja Católica, acompanha a violência contra indígenas.
http://www.cimi.org.br
Terra de Direitos - oferece auxílio jurídico aos movimentos que lutam pela terra.
http://www.terradedireitos.org.br
Gabinete de Assessoria Jurídica às Organizações Populares (Gajop) - dá apoio jurídico a movimentos populares
http://www.gajop.org.br/
Movimento Nacional de Direitos Humanos - Reúne diversos movimentos e organizações que trabalham com direitos humanos.
http://www.mndh.org.br
Fórum de entidades Nacionais de Direiros Humanos - traz notícias sobre direitos humanos.
http://www.direitos.org.br/
Conectas Direitos Humanos - acompanha todos os tipos de violações aos direitos humanos.
http://www.conectas.org
Anistia Internacional - organização com forte atuação no país que costuma emitir apelos pela defesa dos defensores de direitos no aís.
http://www.amnesty.org
Instituto Socio Ambiental - acompanha movimentos sociais que trabalham com temas ligados ao meio ambiente
http://www.socioambiental.org/home_html
Organização das Nações Unidas (ONU) - Seção Brasil
http://www.onu-brasil.org.br/
3. Movimentos sociais:
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra
www.mst.org.br
Via Campesina www.viacampesina.org
Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB)
http://www.mabnacional.org.br/
Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA)
http://www.mpabrasil.org.br/
Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST)
http://www.mtst.info/
Movimento de Mulheres Camponesas (MMC)
http://www.mmcbrasil.com.br
4. Sites de Notícias
Repórter Brasil - site de jornalismo social com especial enfoque no trabalho scravo.
http://www.reporterbrasil.org.br
Carta Maior - agência de notícias que cobre amplamente os movimentos sociais
http://www.agenciacartamaior.org.br
Repórter Social - agência de notícias sobre temas sociais em geral
http://www.reportersocial.com.br/noticias.asp?id=1407
Correio da Cidadania - veículo independente que cobre temas sociais.
http://www.correiocidadania.com.br/
Brasil de Fato - jornal ligado ao movimento sem-terra http://www.brasildefato.com.br/v01/agencia
Caros Amigos - revista mensal de esquerda
www.carosamigos.com.br
Centro de Mídia Independente - seção brasileira do movimento internacional Indymedia.
http://www.midiaindependente.org/
Rede Direitos Humanos e Cultura (DHNET) - notícias sobre direitos humanos no Brasil e demais países lusófonos. http://www.dhnet.org.br/interagir/noticias/noticias.htm
Agência Chasque - agência de notícias sobre trabalhadores rurais e urbanos o Rio Grande do Sul
http://www.agenciachasque.com.br/
Blog do Sakamoto - o jornalista Leonardo Sakamoto traz notícias sobre desigualdade social, movimentos e combate ao trabalho escravo.
http://blogdosakamoto.blig.ig.com.br/