Houve uma época em que Milagre exigia fé, e a fé exigia sangue e sacrifício dos ateus
Fonte: Extraído da "Coleção Caros Amigos - A ditadura militar no Brasil - A história em cima dos fatos" fascículo 7
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Introdução
Terror Estatal - Soltaram os dobermans
A escolha de Médici como sucessor de Costa e Silva mostrou que a linha dura havia dominado o governo. Em debate secreto no senado americano, ele logo recebe aprovação dos republicanos, mais à direita, e democratas - como Willians Fulbright, que “engoliu” a qualificação do diretor da CIA Richard Helms, de que o Brasil havia uma “ditadura consentida”. Médici recebeu aprovação também da OPS(Seção de Segurança Pública, na sigla em inglês). A OPS-Brasil “confiava” que Médici promoveria a “segurança interna”, pois até já havia nomeado, para Ministro da Justiça, um duro “no trato com elementos subversivos e criminosos”: Alfredo Buzaid.
Com tais costas quentes, o governo Médici vai cair matando em quem quer que ouse abrir a boca contra a ditadura, quanto mais quem exercer oposição armada. Instituirão como política de Estado a tortura, que espalha terror. Não hesitarão em aterrorizar crianças, estuprar mulheres. Um militar treinou seu cão para morder os testículos dos presos. Outro, o Risadinha, torturava dando risadas. Não houve baixeza humana que esquecessem. Um general que comandou o Dói-Codi do Rio, Adyr Fiúza de Castro, dirá sobre aquele tipo de gente, que ele próprio comandou:
“É tudo como cachorro bravo doberman. E o doberman tem-se que manter na trela, porque se o largar ele vai atacar até gente de casa”.
A sensação de quem viveu na época é de que não só havia dobermans à solta, mas também eram incitados a exercer seus instintos assassinos.
Resumo
- Tortura como método - Era perigoso ter razão
- Ela vira rotina nos porões da ditadura
- Damáris Lucena - Não conseguiram endurecer-lhe a alma
- Morto na frente da mulher e filhos
- "É terrível parece que vai endurecendo os ossos"
- "Eram uns ignorantes, uns estúpidos"
- Alexandre Vannucchi Leme - "Depois que se perca tempo e um novo tempo amanheça"
- Um amigo sobreviveu para contar
- Apanharam a noite inteira nus - Puseram Adriano na mesma cela que o amigo tinha ocupado
- Livro negro da ditadura militar - O jornalismo exercido sobre permanente risco de vida
- Militantes se perdiam um dos outros por meses
- Revolução tem dessas coisas: uísque paga conserto
- Stuart Edward Angel Jones - Assasinado num ritual monstruoso
- Encontro marcado com a morte
- Agora, ia valer tudo
- "Se eu aparecer morta ..." - Zuzu Angel
- Quarenta liberados vão para a Argélia
- Nas mãos de Fleury
- Eduardo Leite, o Bacuri - Vida violenta, morte selvagem
- Olhos vazados, orelhas decepadas
- Rubens Paiva - Tentaram encobrir o assasinato, em vão
- Cartas do Chile selam o destino do ex-deputado
- "Mancada": era só para torturar, matar não
- Resgate de mentira
- Auschwitz, DOPS, DOI-CODI, Abu-Grab, Guantánamo - Os autores de atrocidades como estas têm algo em comum: Eles fazem questão de registrar o resultado de seu trabalho
- José Adolfo de Granville Ponce - "A guerrilha foi a esperança do século 20"
- Carlos Marighella era "admirável"
- "O mal que causaram"
- A sensação era a morte
- "Eu me considero bem torturado"
- Contracultura - No auge da ditadura, a contestação inclui sexo e drogas
- Versus - Como acabar com um jornal: pôr na mão de ativistas políticos
- Comunista desde criancinha
- Antônio Narciso Pires de Oliveira - Um ex-torturado solidário com os ex-torturados
- Saiu da cadeia sem perspectiva alguma
- O torturado tem sequelas mesmo que não admita
- Ivan Seixas - Da cela, a mãe ouviu o marido ser torturado até a morte
- Aluízio Palmar - "Atravessei a baía algemado a uma barra de ferro do helicóptero"
- Virgílio Gomes da Silva - Comandante Jonas, o primeiro desaparecido
- Rose Nogueira - "Não há como perdoar"
1 comentários:
Bom trabalho!!! Cumprimentos!
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