sábado, 9 de fevereiro de 2008

Elogio da Loucura - Erasmo de Rotterdam


Fonte do livro digitalizado: Desconhecida
Fonte do texto acerca do autor e do livro: http://www.consciencia.org/erasmo.shtml

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Erasmo-(1467-1536) ficou conhecido como Erasmo de Rotterdam, mas seu nome era Desidério Erasmo e ele foi um pregador do evangelismo filosófico. Nasceu na cidade de Rotterdam, na Holanda. Em 1488 ingressou na ordem dos agostinianos e virou padre, depois aceitou o cargo de secretário do bispo de Combai, na França. Em Paris estuda teologia. Escreve Colóquios e Antibárbaros, que é considerada uma obra escolástica, crítica da exaltação dos valores da Antiguidade clássica. Viaja pela primeira vez para a Inglaterra em 1499, onde toma contato com o movimento humanista e conhece aquele que seria seu grande amigo, Thomas More. Traduz o Novo Testamento. Mantém vasta correspondência. Denuncia a vida na igreja como distante da fé. Fala que os cristãos devem seguir os ensinamento simples de Cristo, sendo que a estrutura da igreja e da vida monástica haviam se tornado distantes do amor de Deus, de Sua benevolência e da prática evangélica que Erasmo defende na Filosofia Christi. Os homens renascentistas dedicaram-se à várias atividades. Eles começaram a contar a nova realidade. Cervantes, no célebre livro Dom Quixote de la Mancha conta-nos a história de um louco, apegado à valores que já não existiam como a dignidade, decência e nobreza de caráter do cavaleiro medieval. Erasmo de Rotterdam escreve um livro, Elogio da Loucura,(dedicado a Thomas More) onde apresenta a loucura como uma deusa que conduz as ações humanas. Identifica a loucura em costumes e atos como o casamento e a guerra. Diz que é ela que forma as cidades, mantém os governos, a religião e a justiça. Ele critica muitas atividades humanas, identificando nelas mediocridade e hipocrisia. Vejamos o que ele diz sobre:

a)a Loucura- a Loucura fala em primeira pessoa no livro, defendendo sua imagem e ponto de vista.
b)as crianças- a alegria da infância a torna a idade mais agradável, porque a natureza dá às crianças um ar de loucura.
c)o casamento- se as mulheres pensassem sobre o assunto veriam que não é vantajoso. Dores no parto, filhos, dever conjugal. Só a loucura para fazerem agir dessa maneira, assim a Loucura é a origem da vida. A única preocupação das mulheres é se tornar mais agradável para os homens. É essa a razão de tantos perfumes, banhos e enfeites. Só a loucura constitui o ascendente das mulheres sobre os homens.
d)os filósofos - gabam-se de serem os únicos sábios, mas se tirar-mos o véu de orgulho e presunção veremos que não passam de ridículos loucos. A natureza parece zombar de suas conjeturas, e é risível sua teoria de infinidade dos mundos. Falam de astronomia como se conhecessem os astros palmo a palmo. Na verdade, eles não tem nenhuma idéia segura.

Mas a crítica maior de Erasmo é para a Igreja. Ele era cristão, mas foia contra a hierarquia dessa instituição (Igreja), que declara guerras, faz cerimônias e rituais em demasia, e discutem eternamente o mistério divino, sendo que o mandamento de Cristo é apenas a prática da caridade. Defende um retorno à simplicidade do início da Igreja. Lutero estava juntando adeptos em suas pregações e convidou Erasmo, mas este permaneceu na Igreja católica, apontando defeitos. Mais tarde polemizou contra Lutero a favor do livre-arbítrio, que o protestante não acreditava. Erasmo é considerado o principal pensador do humanismo. Critica os teólogos, pois esse condenam, por poucos motivos, muitas pessoas como hereges. Os bispos vivem alegremente, entregam-se à diversão material e esquecem que o seu nome significa zelo e solicitude pela redenção da alma, mas não esquecem das honrarias e o dinheiro. Os monges, para Erasmo, não fazem nada, mas não dispensam o vinho e a mulheres. O papa não tem a salvação que Cristo fala, pois se tivessem abria mão de seu patrimônio e dos impostos. Erasmo critica o imposto que a igreja cobra para não condenar as almas após a morte. E os papas aprovam a guerra, que é cruel e desumana.

Para Erasmo, milagres e supertições como o inferno, duendes e fantasmas são coisas de ignorantes. Ele tem opiniões também sobre política. No livro A instiuição do Príncipe cristão fala da teoria da soberania, o poder do princípe é legitimado pela dedicação ao bem comum e pela aceitação dos cidadãos. É a favor da eleição do chefe, contrário ao monarquismo hereditário. O objetivo de Erasmo é regenerar a Europa, pondo o ideal evangélico contra as guerras. Para se chegar à paz, tem que se desarmar os países, tirar dos princípes o direito de declarar guerra e mobilizar a força nacional em favor da paz.

Discutindo Filosofia 4



Finalmente a quarta edição de Discutindo Filosofia, sei que demorei um pouco para liberá-la, mas o tempo está curto e preferi dar uma atenção maior aos especiais sobre a Ditadura , que é quinzenal ao contrario da Discutindo que é bimestral, além disso o texto é mais denso, sem ser chato ou hermético diga-se, e para quem quiser se aprofundar exige uma leitura de livros,nem sempre pequenos, e que tentarei disponibilizá-los também sempre que possível. Vale ressaltar aqui que a digitalização dos livros não é feia por mim, são encontrados nos mais diversos sites. Chega de “enrrolação” e boa leitura a todos.

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Editorial:

Chegamos ao quarto número. Gradativamente, a revista tem crescido. Isso demonstra que a Filosofia tem um lugar especial em nossa sociedade. Não são só especialistas que se interessam por ela. Um novo espaço começa a ser descoberto. As con­tribuições deste projeto tem sido muito estimadas por todos aqueles que estão diretamente envolvidos com o ensino de Filosofia e por aqueles que sempre buscaram um canal de comunicação mais flexível com ela. Aqui, professores e estudantes de Filosofia coabitam.

Neste número inauguramos uma nova seção - Espaço do Leitor -, pois é necessário ampliar o diálogo entre os leitores e a redação de Discutindo Filosofia.

Nesta edição trazemos textos que versam sobre Ciência, Arte, Literatura e Ética. Na Ciência vamos das leis de Kepler, passando pela Lógica, à questão da falseabilidade das teorias científicas de Popper. Na Arte discutimos, à luz de Schopenhauer, nossa relação com a música, ancorando-nos num panorama sobre a história da Estética, para então discutirmos a estreita relação existente entre a Literatura e a Filosofia.

Mas nosso tema principal é a Ética. Muito se fala sobre Política e sempre se evoca a Ética como algo imprescindível à vida social. É no rastro dessas questões que trazemos um belo material que nos põe em contato com um dos filósofos contemporâneos mais comentados da atualidade -Emmanuel Lévinas. Neste ano comemora-se o centenário de seu nascimento e com essa festividade vem à tona sua filosofia sobre o homem.

Desejamos partilhar com o leitor reflexões sobre o homem, mais particularmente sobre o homem e suas relações. Neste sentido o conceito de cuidado de Heidegger e o alerta de Plutarco sobre a presença do bajulador nos levam a problematizar os significados que atribuímos ao que nos cerca. Assim, nunca é demais pensar sobre os sentimentos que eventos que mobilizam as massas, como a Copa do Mundo, podem nos suscitar e como nos situamos diante deles.

Boa leitura!

Um abraço, Marta Vitória de Alencar

Profa de Filosofia da Escola de Aplicação-FEUSP filosofla@escalaeducacional.com.br

Resumo:

  • Religião: Santo Agostinho e o caminho para a felicidade
  • Filosofia e Cotidiano: Especulações no palco
  • Filosofia da Ciência: Eliminando o erro
  • Um Filósofo, Uma Idéia: Heidegger e o cuidado
  • Tendência: Quando cresce o orgulho nacional
  • Moral: Reconheça o verdadeiro amigo
  • Capa: Emmanuel Lévinas: Ética e Alteridade
  • Lógica: Os caminhos do Raciocínio
  • Café Filosófico: Olhos nos Olhos da Morte
  • Astronomia: Um descobridor chamado Kepler
  • O que é Estética: A beleza e seus sentidos
  • Trocando em Miúdos: A arte pode curar
  • Literatura e Filosofia: A intenção de provocar
  • Na sala de aula: Encontros Filosóficos

"Os filosófos trazem novos conceitos, expõem novos conceitos, mas não dizem ou não dizcm completamcntc. os problcmas aos quais essoes conceitos correspondem. Por exemplo, Hume expõe um conceito original de crença, mas não diz por que e como o problema do conhecimento se coloca de forma que o conhecimento seja um modo determinável de crença... A F ilosofia consiste sempre em inventar conceitos... Hoje a informática, a comunicação, a produção comercial é que se apropriam das palavras conceitos e criativos. esses conceituadores constituem uma raça arrogante que exprime o ato de vender como supremo pensamento capitalista, o cogito da mercadoria. A Filosofia sente-se pequena e solitária diante de tais potências, mas. caso lhe aconteça morrer, pelo menos será de rir."

Deleuze, filósofo francês (1925-1995)
em Signos e Acontecimentos