terça-feira, 28 de outubro de 2008

A ditadura militar no Brasil - 7 - Governo Médici II (1969-1974) - A Tortura




Houve uma época em que Milagre exigia fé, e a fé exigia sangue e sacrifício dos ateus

Fonte: Extraído da "Coleção Caros Amigos - A ditadura militar no Brasil - A história em cima dos fatos" fascículo 7
Digitalizado por: Compartilhando Informação

Links
Fascículos em formato PDF
Fascículos em formato CBR(imagens compactadas)
Diretório onde se encontram os fascículos

Introdução

Terror Estatal - Soltaram os dobermans

A escolha de Médici como sucessor de Costa e Silva mostrou que a linha dura havia dominado o governo. Em debate secreto no senado americano, ele logo recebe aprovação dos republicanos, mais à direita, e democratas - como Willians Fulbright, que “engoliu” a qualificação do diretor da CIA Richard Helms, de que o Brasil havia uma “ditadura consentida”. Médici recebeu aprovação também da OPS(Seção de Segurança Pública, na sigla em inglês). A OPS-Brasil “confiava” que Médici promoveria a “segurança interna”, pois até já havia nomeado, para Ministro da Justiça, um duro “no trato com elementos subversivos e criminosos”: Alfredo Buzaid.

Com tais costas quentes, o governo Médici vai cair matando em quem quer que ouse abrir a boca contra a ditadura, quanto mais quem exercer oposição armada. Instituirão como política de Estado a tortura, que espalha terror. Não hesitarão em aterrorizar crianças, estuprar mulheres. Um militar treinou seu cão para morder os testículos dos presos. Outro, o Risadinha, torturava dando risadas. Não houve baixeza humana que esquecessem. Um general que comandou o Dói-Codi do Rio, Adyr Fiúza de Castro, dirá sobre aquele tipo de gente, que ele próprio comandou:

“É tudo como cachorro bravo doberman. E o doberman tem-se que manter na trela, porque se o largar ele vai atacar até gente de casa”.

A sensação de quem viveu na época é de que não só havia dobermans à solta, mas também eram incitados a exercer seus instintos assassinos.

Auschwitz, DOPS, DOI-CODI, Abu-Grab, Guantánamo - Os autores de atrocidades como estas têm algo em comum



Eles fazem questão de registrar o resultado de seu trabalho

Resumo

  • Tortura como método - Era perigoso ter razão
  • Ela vira rotina nos porões da ditadura
  • Damáris Lucena - Não conseguiram endurecer-lhe a alma
  • Morto na frente da mulher e filhos
  • "É terrível parece que vai endurecendo os ossos"
  • "Eram uns ignorantes, uns estúpidos"
  • Alexandre Vannucchi Leme - "Depois que se perca tempo e um novo tempo amanheça"
  • Um amigo sobreviveu para contar
  • Apanharam a noite inteira nus - Puseram Adriano na mesma cela que o amigo tinha ocupado
  • Livro negro da ditadura militar - O jornalismo exercido sobre permanente risco de vida
  • Militantes se perdiam um dos outros por meses
  • Revolução tem dessas coisas: uísque paga conserto
  • Stuart Edward Angel Jones - Assasinado num ritual monstruoso
  • Encontro marcado com a morte
  • Agora, ia valer tudo
  • "Se eu aparecer morta ..." - Zuzu Angel
  • Quarenta liberados vão para a Argélia
  • Nas mãos de Fleury
  • Eduardo Leite, o Bacuri - Vida violenta, morte selvagem
  • Olhos vazados, orelhas decepadas
  • Rubens Paiva - Tentaram encobrir o assasinato, em vão
  • Cartas do Chile selam o destino do ex-deputado
  • "Mancada": era só para torturar, matar não
  • Resgate de mentira
  • Auschwitz, DOPS, DOI-CODI, Abu-Grab, Guantánamo - Os autores de atrocidades como estas têm algo em comum: Eles fazem questão de registrar o resultado de seu trabalho
  • José Adolfo de Granville Ponce - "A guerrilha foi a esperança do século 20"
  • Carlos Marighella era "admirável"
  • "O mal que causaram"
  • A sensação era a morte
  • "Eu me considero bem torturado"
  • Contracultura - No auge da ditadura, a contestação inclui sexo e drogas
  • Versus - Como acabar com um jornal: pôr na mão de ativistas políticos
  • Comunista desde criancinha
  • Antônio Narciso Pires de Oliveira - Um ex-torturado solidário com os ex-torturados
  • Saiu da cadeia sem perspectiva alguma
  • O torturado tem sequelas mesmo que não admita
  • Ivan Seixas - Da cela, a mãe ouviu o marido ser torturado até a morte
  • Aluízio Palmar - "Atravessei a baía algemado a uma barra de ferro do helicóptero"
  • Virgílio Gomes da Silva - Comandante Jonas, o primeiro desaparecido
  • Rose Nogueira - "Não há como perdoar"

1 comentários:

yodleri disse...

Bom trabalho!!! Cumprimentos!